Cura da Cegueira ? Terapia Genética

Usando uma espécie de terapia genética, cientistas das universidades de Buffalo e Oklahoma, nos Estados Unidos, conseguiram reverter a retinite pigmentosa em camundongos, fazendo com que os animais voltassem a enxergar.
O experimento bem-sucedido é um passo importante nas pesquisas que poderão, no futuro, permitir que pessoas que sofrem dessa e de outras doenças oculares voltem a enxergar.

O que é retinite pigmentosa  
 
A retinite pigmentosa é na verdade um grupo de doenças oculares hereditárias que afetam a retina. A retinite pigmentosa faz com que células da retina morram prematuramente, levando à perda da visão.
A doença danifica os fotorreceptores, as células da retina que transformam a luz em sinais elétricos, que são transmitidos ao cérebro por meio do nervo óptico. Esses danos deixam milhões de pessoas no mundo inteiro com perdas visuais e cegueira.
Não há cura para a retinite pigmentosa atualmente.

Terapia genética

Ao contrário de outros experimentos com terapias genéticas, os cientistas não utilizaram vírus modificados, diminuindo o potencial de riscos e efeitos colaterais desse tratamento experimental.
A técnica utiliza uma nanopartícula transportando ácidos nucleicos, tipicamente moléculas de DNA “compactadas”, segundo os pesquisadores, que carregam os genes a serem implantados.
“Nós esperamos que os resultados de nosso estudo transformem-se em um instrumento na geração de uma cura para a cegueira debilitante associada com a retinite pigmentosa e outras doenças hereditárias e adquiridas da retina,” disse Muna I. Naash, coautora da pesquisa, que foi publicada no exemplar de Abril do Faseb Journal.

Degeneração da retina

Naash e seus colegas usaram grupos de camundongos com o gene Rds, da degeneração retinal lenta, que causa a retinite pigmentosa.
Cada grupo de animais recebeu um dentre três tipos de “tratamentos”: nanopartículas contendo a cópia normal do gene Rds, o gene normal sozinho, ou uma solução salina.
Os camundongos que receberam o gene sozinho ou a solução salina continuaram a perder sua visão.

Milagre da cura do cego

Os camundongos que receberam a terapia de nanopartículas com o gene mostraram sinais significativos de cura. Eles apresentaram uma melhora estrutural nas suas retinas, bem como melhoria da visão funcional, que durou durante todo o estudo.
As nanopartículas parecem ser seguras e foram bem toleradas pelos animais, que não sendo registrado nenhum efeito colateral.
“Fazer um cego ver já foi chamado de milagre,” disse o Dr. Gerald Weissmann, editor-chefe do FASEB Journal. “À medida que expandimos a nossa compreensão da evolução, da genética e da nanotecnologia, é provável que curas ‘milagrosas’ tornem-se tão comuns quanto as reivindicadas pelos curandeiros do passado e do presente.”

Austrália

Pesquisadores da Universidade de South Whales conseguiram desenvolver uma lente de contato especial, utilizando-se das células-tronco dos próprios pacientes.
Para fazer esta lente, os pesquisadores utilizaram menos de um milímetro do tecido da córnea de cada paciente, e então, cultivaram as células-tronco nas lentes de contato. Depois de realizada uma limpeza na córnea de cada paciente, são inseridas essas lentes. E é aí que a maravilha acontece. Dentro de 10 a  14 dias (depende de cada um) as células-tronco substituem por completo as células danificadas, e podem inclusive reconstituir a córnea do paciente.
E foi isso o que aconteceu com três australianos voluntários. Eles totalmente cegos do olho em que foram tratados, e hoje, 2 deles conseguem ler letras grandes e 1 deles pretende tirar carteira de motorista.

O Brasil também já conseguiu ótimos resultados. Um estudo está sendo conduzido pelo pesquisador do Hemocentro de Ribeirão Preto, o professor Júlio César Voltarelli, em parceria com os oftalmologistas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) da USP, Rodrigo Jorge, André Messias e Rubens Siqueira.
Três voluntários que apresentavam menos de 10% de visão já receberam uma injeção de células-tronco, implantadas na cavidade vítrea do globo ocular.
O procedimento é feito em um único dia. As células são retiradas da própria medula óssea do paciente por meio de punção na altura da bacia e, em seguida, são processadas em um laboratório do Hemocentro de Ribeirão Preto. Cerca de quatro horas após a punção, o paciente recebe a injeção de células-tronco.

“Se os exames mostrarem que estas células voltaram a funcionar, poderemos considerar como um resultado interessante e promissor”, afirma o médico. Dependendo dos resultados que serão enviados ao Conep, o órgão decidirá se haverá ou não continuação da pesquisa. “Por estas razões, não podemos ampliar o uso da terapia para outros pacientes. As pessoas interessadas neste tratamento devem aguardar esses resultados”, ressalta o médico.
Caso haja sucesso nos resultados, será possível que o tratamento com células-tronco possa ser aplicado também no combate a outras doenças de fundo de olho, como a retinopatia diabética e a degeneração macular relacionada à idade.
É, se tudo der certo, vamos esperar que esse avanço seja utilizado em larga escala, e que, principalemente, vise atender os mais pobres.

Fonte: Biomedcenter
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