Cientistas descobriram uma nova espécie de macaco nas florestas da
República Democrática do Congo (RDC), na África. Conhecido pela
população local como macaco-lesula, o animal tem grandes olhos
cor-de-mel, rosto e peito cobertos por pelos loiros, com pelagem
levemente negra no topo da cabeça e tom mais escuro nos ombros, braços,
patas e no corpo.
Batizado de Cercopithecus lomamiensis, em referência à bacia do rio Lomami, no Congo, onde foi encontrado, o animal é parente do macaco cara-de-coruja (Cercopithecus hamlyni), de acordo com o estudo, publicado no periódico científico "PLoS One" nesta quarta-feira (12).
A pesquisa aponta que o animal vive tanto no chão quanto em árvores e
tem uma dieta basicamente herbívora. Os cientistas usaram aparelhos GPS
para marcar a exata localização dos espécimes encontrados, incluindo
macacos mortos por caçadores locais, leopardos e águias.
Os primeiros dados científicos sobre estes primatas foram coletados em
junho de 2007, quando uma fêmea jovem da espécie (que até então era
desconhecida) foi encontrada em uma jaula em uma escola primária em
Opala, cidade da República Democrática do Congo.
O animal tem porte médio, corpo magro e o rosto parcialmente livre de
pelos, avaliam os cientistas. Quanto mais jovem o primata, mais loira é a
pelagem que cobre o seu corpo.
Estes macacos são tímidos e, entre os encontrados na região estudada do
Congo, são os menos comuns - de 223 observações de primatas feitas
pelos cientistas durante o estudo, apenas 19 foram de "macacos loiros"
ou macacos-lesula.
Os machos tem corpos maiores do que as fêmeas, dizem os pesquisadores.
Para se comunicar, os animais emitem um grande guincho de baixa
frequência sonora, similar aos seus parentes, os macacos cara-de-coruja.
Os macacos-lesula são encontrados em áreas de floresta úmida e
tropical. Eles não foram identificados em savanas ou áreas de mata
alagada, de acordo com o estudo.
Em geral os animais foram identificados em grupos, seja com indivíduos
de sua espécie ou com outros primatas. Nos 19 encontros ocorridos
durante o período de estudos dos cientistas, 48 primatas desta espécie
foram vistos, sendo que 17 deles estavam no chão quando foram flagrados.
Os animais são pacíficos e fugiram na maior parte dos encontros com os
cientistas, registra a pesquisa. Os cientistas registraram que a espécie
é comum na bacia do rio Lomami, tendo sido identificada seguidas vezes
em uma área de 17 mil km². Eles apontam que o lesula era até agora
desconhecido por haver pouca pesquisa científica na região em que o
animal foi encontrado.
Os bandos de "macacos-loiros" podem reunir cinco indivíduos ou mais.
Geralmente são encontradas fêmeas jovens acompanhadas de um macho
adulto. A nova espécie foi descoberta por uma equipe de cientistas de
várias instituições, como a Universidade Columbia, a Universidade da
cidade de Nova York, o Museu de História Natural (todas nos Estados
Unidos), a Sociedade Lukuru para Pesquisa da Vida Selvagem e a Sociedade
de Conservação da Vida Selvagem do Congo (ambas no Congo).
Fonte: Globo
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