Rumo a um diagnóstico não invasivo

Identificada na urina molécula que pode indicar surgimento e progressão do câncer de próstata.


Uma descoberta feita por pesquisadores norte-americanos poderá trazer uma alternativa ao exame de próstataum tabu que ronda muitos homens que chegam aos 40 anos. Aação de uma molécula presente na urina cujos níveis estão associados à progressão do câncer de próstata pode dar origem no futuro a um método simples e nãoasivo para detectar a doença, prever sua agressividade e auxiliar na escolha do tratamento mais adequado. identific inv
Esta é a primeira vez que uma molécula relacionada ao câncer de próstata – o mais frequente entre os homens – é detectada na urina. Hoje a doença pode ser eficientemente diagnosticada por meio do exame de toque retal e da medição dos níveis da enzima PSA no sangue. Mas suas características variam entre os pacientes, o que dificulta a identificação daqueles com maior risco de progressão da doença.

Lider
ados por Arul Chinnaiyan, da Escola de Medicina da Universidade de Michigan (Estados Unidos), os pesquisadores analisaram 1.126 metabólitos (moléculas derivadas do metabolismo de uma substância) em 262 amostras de tecido, sangue e urina de pacientes com câncer de próstata e sadios. A equipe identificou dezenas de moléculas presentes apenas nas amostras de pacientes com câncer e verificou que os níveis de seis delas aumentavam muito à medida que a doença evoluía.

O grupo então concentrou
as análises na molécula sarcosina (um derivado do aminoácido glicina), que apareceu como um dos mais fortes biomarcadores do câncer de próstata em estágio avaado. “Identificamos a sarcosina como um metabólito-chave aumentado mais fortemente no câncer de próstata em metástase e detectável na urina de homens com aa confinada no órgão”, dizem os autores no artigo que descreve a descoberta, publicado esta semana na Nature. doenç

Segundo os
autores, os níveis de sarcosina estavam bastante elevados em 79% dos portadores de tumor em metástase. Um aumento menor foi observado em 42% dos pacientes com a doença em estágio inicial. Nas amostras benignas, não havia níveis detectáveis do metabólito. “Isso indicou a possível utilidade da sarcosina no monitoramento da progressão e da agressividade da doença”, afirmam.

Alvo terapêutico

Em outra etapa do estudo, a equipe analisou a influência da sarcosina no comportamento de células cancerosas em laboratório. Os pesquisadores adicionaram a molécula a células benignas da próstata ou manipularam essas células para que produzissem mais sarcosina. Como resultado, as células benignas se tornaram cancerosas e agressivas. Ao silenciarem a enzima que gera a sarcosina, a agressividade do câncer de próstata foi atenuada.

Esses d
ados mostram que a sarcosina está envolvida em processos biológicos que levam as células cancerosas da próstata a invadir o tecido vizinho. Isso torna a molécula um alvo potencial para o desenvolvimento de drogas que alterem seu metabolismo e, dessa forma, sejam capazes de tratar a doença e inibir seu espalhamento.

Os pesquis
adores pretendem agora realizar experimentos similares com os outros biomarcadores identificados, para permitir o desenvolvimento de um método de diagnóstico confiável capaz de detectar o câncer de próstata precocemente e avaliar sua agressividade.

Fonte: Ciência Hoje Online

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